quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Eu acuso

   Recebi por email um texto do advogado - professor universitário - doutor em direito, Igor Pantuzza Wildmann, que retrata o desrespeito, conivência, violência...dentro e fora da escola. Concordo com o ponto de vista do Igor dentro da instituição escolar bem como todos os envolvidos; mas não posso me calar quanto a deficiência que hoje encontramos na família. Esta também virou um comércio, um escambo, uma barganha. 
  

   Em primeiro lugar acuso os pais, a família, pois antes destes alunos/clientes serem inseridos na sociedade e no comércio que hoje chamamos de escola, eles foram educados ou mal educados pela família.
   O que hoje acontece é um processo e não podemos nos esquivar a não olhar e refletir sobre o princípio do mesmo: a família, os genitores.

   Sou educadora e pedagoga e certamente não concordo com a maior parte do sistema educacional. Minha experiência é com crianças de 4 a 8 anos e com esta idade já vejo alunos que tentam comprar, chantagear e manipular o professor, vejo crianças indisciplinadas, mimadas e sem respeito algum para com o próximo. Pergunto: Uma criança de 4, 5, 6 anos que assim faz, de quem é a culpa? Da escola? –Discordo totalmente, pois temos uma falência maior, a família que não ensina a criança ao menos o que é certo ou errado para o convívio social. Como cobrar de uma criança se ela não tem parâmetro de certo e errado?

    Não me desculpem pela sinceridade, mas a escola não foi feita para ensinar disciplina, respeito e critérios de valor para seus filhos.


   Gostaria de ver a escola assumir o seu verdadeiro papel... creio que teríamos bem menos alunos e estes não mais seriam ignóbeis.

    Enquanto o sistema familiar não se conscientizar da necessidade de reformular o seu papel, saber da sua importância na formação da personalidade de seus filhos, a escola, por mais que queira, ainda trabalhará capenga. A escola não substitui o papel dos pais.



    Eu acuso os pais que não encontram tempo para educar seus filhos, acuso os pais que dão presentes em troca de respeito e disciplina, ainda creio que a melhor forma de ensinar é o exemplo. Acuso os pais que simplesmente despejam seus filhos no mundo...é,  o mundo quando ensina é cruel!

    Tenho pena dos pais que perderam a esperança em seus filhos.

  

   São tantos profissionais dando pitaco na formação dos filhos...Irc!!! Não pode bater ( sou contra espancar, mas a favor de um tapa na bunda na hora certa) que a criança traumatiza, é indisciplinado por ser hiperativo, será? Não seria sem limites, sem educação? Deveríamos colocar os psicólogos que muito sabem e os políticos que tudo fazem para tomar conta de uma sala de aula...  um dia já me bastaria vê-los colocando em prática a teoria falha para nossa realidade , mas pera lá...tem de ser numa das escolas coniventes e omissas, escolas que precisam urgentemente rever seus conceitos. 
   A competição que nós educadores enfrentamos é cruel, enfrentamos a família que muitas vezes  é omissa...É, deveria ter curso para ser pais, 3 anos de teoria e prática, 1 ano de residência em escolas, FEBEM e famílias. Ser aprovado com 90% de aproveitamento e em caso de reprovação esperar 2 anos para o novo curso.   
Enfrentamos a TV com a sexualidade, violência e etc, a internet, vcs já viram a linguagem da internet? -Eu não acreditava nas pérolas do ENEM, mas estou começando a acreditar. Ufa!!!!


   Gostaria de ver este quadro mudado, gostaria de ver professores sem medo de não voltarem para casa, motivados em ensinar, em aprender, em reaprender, em formar seres pensantes e questionadores.
   Eu ainda tenho esperança, ainda tenho motivação, mas tenho consciência de que a família é a minha maior força.

             Espero amanhã não ser tratada como um ser em extinção!


Ana Paula Xavier da Silva


                                          Quem quiser o texto é só me pedir que eu envio.




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